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Foto do escritorDavi Mathielo

Hábitos financeiros para tempos de crise


É inegável que estamos vivenciando uma das piores crises da atualidade, sendo comparável ao famoso crash de 29 quando analisados os possíveis cenários de impacto. Somada a essa causalidade, temos o fato de vivermos num país polarizado por rixas políticas e uma população refém do paternalismo do estado, seja pela desventura de ter sido atingida pelos impactos da crise ou por ter se alienado às possibilidades de independência e segurança financeira que poderiam ter sido adotadas em tempos de bonança ou até mesmo àqueles que são autônomos e por vezes vivem uma gangorra financeira pelos mais diversos motivos.


Você primeiro

Apesar de todo esse contexto, ainda há o que ser feito a fim de se precaver e se assegurar para um futuro mais incerto e volátil. O primeiro passo para esse caminho de independência e segurança financeira, que para muitos parece obscuro, ocorre quando você se torna a prioridade. Pode parecer um tanto quanto individualista, egocêntrico ou até mesmo irresponsável, mas, é praticamente um consenso entre aqueles que se propõem a estudar comportamentos para o sucesso, se você se prioriza, você move suas energias para o que é realmente importante primeiro, você, para depois seguir com suas obrigações.


Uma boa literatura que ilustra não só este passo, como outros que serão apresentados, de forma lúdica e direta é "O homem mais rico da Babilonia" de George S. Clason. Dentre as ideias principais do livro, a primeira é "De cada dez moedas que ganhar, gaste apenas 9", ou seja, guarde 10% de tudo o que ganhar e assim iniciará sua poupança, para então arcar com seus credores e prazeres. Mas, mais importante que reservar esta quantia, é reserva-la assim que a receber, pois assim estará auxiliando a criar um hábito forte e difícil de quebrar, além de criar em seu subconsciente a ideia de que a sua poupança é tão importante quanto todas as suas outras obrigações financeiras. Se no início este percentual for difícil, busque um mínimo possível e o reserve, por menor que seja o valor, você estará trabalhando para formar um hábito financeiro saudável.


"Pague primeiro a si mesmo."

Tenha em mente que essa poupança servirá como sua reserva de emergência, o seu colete salva vidas durante uma grande tempestade. Esta reserva servirá para cobrir seu padrão de vida numa situação de perda ou redução de renda. O ideal é que se tenha um montante para cobrir pelo menos 6 meses de ausência de renda.


Faça um orçamento

Tão importante quanto se priorizar, é ter conhecimento de suas finanças, afinal, não há como controlar algo se não houver planejamento. Então, compreenda quais são suas fontes de renda, calcule a sua poupança de 10% e levante tudo o que é gasto. Isso pode parecer banal, mas leva a um autoconhecimento financeiro tremendo e pode ser chocante a depender da forma como se gasta o dinheiro, mas é uma etapa vital para conseguir criar estabilidade, principalmente nos possíveis cenários que virão.


Apesar do orçamento ser algo extremamente pessoal, deve-se atentar aos gastos separando-os entre essenciais e não essenciais, dívidas, além da análise de possíveis reduções de gastos com renegociações de contratos e substituições de itens de consumo. Para este planejamento e controle, vale o uso de qualquer ferramenta que melhor se encaixe em seu dia-a-dia, podendo ser aplicativos de controle financeiro, planilhas, cadernos e etc, desde que o mesmo seja acompanhado continuamente, a fim de garantir que os objetivos estabelecidos sejam alcançados. Tenha em mente que nessa fase, o ponto ideal é não perder o controle, você deve estar no comando do seu dinheiro, não contrário.


Evite o endividamento

Estar endividado pode atrapalhar no controle financeiro e na formação de poupança ou investimentos, por isso, é importante ter a noção de todas as sua dívidas, sejam elas relativas à empréstimos pessoais, cartões de crédito, cheque especial e etc. Ao realizar o controle de dívidas, você pode gerir melhor a situação, pois pode buscar meios de reduzir custos atrelados à empréstimos através de portabilidade do mesmo à outras instituições, ou por meio de renegociação. Neste quesito, o importante é não deixar rolar a dívida, não queira os juros compostos como inimigo. Dependendo do seu comprometimento de renda com este gasto e outros essenciais, pode ser necessário adiar a realização de poupança/investimentos a fim de garantir que sua saúde financeira se mantenha estável.


A formação de um hábito depende da repetição da ação pela qual se quer fixar, sendo necessária a revisão constante de suas finanças. Estabeleça pequenas metas diárias, ou semanais, de gastos e revise periodicamente seu planejamento a fim de sentir as dores e orgulhos conforme for avançando neste hábito tão importante. Busque quitar suas dívidas e formar uma reserva para se precaver dos infortúnios que o futuro possa a vir a reservar, mas não deixe de viver os prazeres da vida.

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