Não viva como um rato!
- Davi Mathielo

- 6 de jan. de 2021
- 3 min de leitura

O conceito da Corrida dos Ratos, apresentado por Robert Kyosaki em "Pai Rico, Pai Pobre", nos revela os perigos e a tristeza que uma vida conduzida pelo consumismo desenfreado, falta de objetivos claros e alta aceitação do que lhe é oferecido nos trazem, levando pessoas que participam dessa corrida maluca a viver uma vida de poucas realizações.
Se você não conhece o conceito, ele basicamente nos apresenta uma analogia entre as pessoas que estão presas no ciclo de consumo e trabalho e os ratos em suas rodas de correr. Sem ter nenhuma visão além disso e do quanto se prendem cada dia mais em situações de trabalho desenfreado para garantir os gastos futuros, ou arcar com o que já foi consumido, essas pessoas passam a vida realizando sonhos alheios para que no próprio fim descubram que não viverem nada ao longo de sua vida.
Infelizmente este conceito traz uma realidade triste e real, e que é bem refletida na sociedade brasileira, que por falta de educação de qualidade, voltada ao pensamento crítico e sem uma base consolidada por temas como a educação financeira, tende a se deixar levar por práticas pouco saudáveis e que os levam ao endividamento e a dependência extrema do emprego, que geralmente é sua única fonte de renda, ou até mesmo do assistencialismo público.
Sem conhecimentos básicos de educação financeira, este que é o brasileiro médio, passa sua vida correndo atrás de dinheiro para pagar contas já feitas, enquanto cria novas contas vivendo o famoso "vender almoço para pagar a janta". Por isso, alguns conceitos devem ser postos em prática para que o ciclo se quebre e a vida real possa ser vivida:
Escolha um caminho para trilhar!
Quem se vê preso à corrida dos ratos geralmente não tem um plano de vida traçado e por isso acaba aceitando todas as situações impostas para que se mantenha nessa roda. Sabendo disso, o primeiro passo para se mudar de realidade é justamente imaginar qual é a realidade desejada, qual caminho deverá ser tomado para alcançá-la e o que deverá ser posto de lado.
Se o seu sonho é trabalhar menos, busque as alternativas que te proporcionem isso, seja por meio de independência financeira, ou de empregos com menor exigência de carga horária. Tendo em mente qual é a melhor alternativa, você conseguirá definir como alcançá-la, seja por meio de acumulação de patrimônio para um caso de independência financeira, ou estudo para alcançar os cargos desejados.
Você primeiro!
Pode até parecer um clichê moderno, mas não é. Diversos autores, de diversos segmentos trazem essa ideia do se por em primeiro lugar como uma alternativa para a realização pessoal, e quando analisada a ideia faz total sentido. Quando estamos no piloto automático causado pela correria diária tendemos sempre a priorizar o que o trabalho precisa, o que o familiar pediu ou o que a sociedade deseja de nós. E no final do dia o que sobra pra você?
Então, sem crendice de egocentrismo. Põe em prática o velho pague-se primeiro apresentado pelo "O homem mais rico da Babilônia" ou a reserva da primeira hora da manhã que "O milagre da manhã" nos apresenta. Quando você cuida de você primeiro, você cria o hábito de buscar melhores alternativas para os problemas diários, visando não só o que os outros almejam, mas o que você também quer. Quando você se paga primeiro, você está dizendo para si que aquele objetivo futuro está sendo alcançado aos poucos, assim como quando você reserva sua primeira hora da manhã para você mesmo.
Somente o necessário!
Já dizia o Balu na canção para o Mogli:
"Eu uso o necessário, Somente o necessário. O extraordinário é demais. Eu digo necessário, Somente o necessário. Por isso é que essa vida eu vivo em paz"
Busque a simplicidade do necessário. Para que viver uma vida de aparências comprando o que não pode com um dinheiro que não tem? Sempre que fazemos isso adiamos um sonho, ou até mesmo impedimos que ele se realize. Quantas pessoas acabam endividadas por conta de um carro ou casa financiados sem necessidade?
Diferente dos vide-games, só temos uma vida para ser vivida e desperdiçá-la por conta de correntes criadas por nós mesmos é algo triste. Por isso, entenda que a corrida dos ratos nada mais é do que uma prisão que é criada por sua mente e que só pode ser quebrada por ela. Neste dilema financeiro, assim como em qualquer outro aspecto de finanças, o dinheiro é apenas uma ferramenta que pode bem ou mal utilizada a depender da mentalidade que o acompanha. Então, se quer sair dessa corrida, o primeiro passo a ser dado é o da mudança da sua percepção de mundo!

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