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Foto do escritorDavi Mathielo

O crash das Tulipas


Você já acessou aqueles fóruns de discussão de investimentos? É uma loucura né? É uma enxurrada de informação de todos os lados, mas o problema é que, nem toda informação é boa, se confirma com o tempo ou até mesmo se mantém estável, e muita gente acaba seguindo esses insights e consequentemente criando os chamados movimentos de manada.


Você pode até achar que isso é coisa da atualidade, mas esse tipo de situação existe a muito tempo, e causou inclusive muitos crashs ao longo da história, sendo um deles ligado às Tulipas!


Sim, as tulipas, aquelas flores.


Esse caos com uma flor ocorreu no século XVII, momento em que os europeus mais endinheirados se apaixonaram por essa novidade trazida da Turquia. Sabendo da paixão geral e das possibilidades de ganhos, muitos holandeses demonstraram que construir moinhos era apenas uma de suas especialidades, começando então a plantar as flores em larga escala para atender à nova demanda.


E não para por ai, a flor tinha variações, inclusive uma causada por um vírus que apesar de prejudicial a ela, tornava-a mais bela, e consequentemente mais valiosa, algo que aqueceu ainda mais o mercado. E não é pra menos né? Um produto que já era exclusivo, ganha uma linha ainda mais exclusiva? Imagina os burgueses da época ostentando Tulipa pros amigos?


Nessa pegada surgiram os especuladores, que compravam os bulbos, aos montes, durante o inverno na esperança dos mesmos florescerem na primavera, para assim revendê-los por preços ainda maiores. Mas até ai tudo bem, certo? Errado! Como eram apenas bulbos e os holandeses não sabia que a variação mais cara era causada por uma doença, a coisa toda acabava sendo um grande jogo de especulação.


O problema mesmo veio do mercado derivado disso tudo. Esses especuladores começam a adquirir contratos que os garantiam o dinheiro que a tulipa rendesse na venda futura. E não satisfeitos, passaram a também negociar os contratos feitos afim de garantir um retorno rápido. Olha a confusão sendo formada no mercado. E não para por ai, porque os "espertos" também não são produto da atualidade. Querendo gerar ganhos sem esforço surgem pessoas realizando operações alavancadas, ou seja, pegavam dinheiro emprestado pra fazer um trade com contratos esperando lucrar com a venda sem nem ao menos ter o dinheiro que tomou, risco zero né?


Com toda essa loucura acontecendo, o mercado cheio de operações derivadas de um ativo com preços crescentes e já estratosféricos, várias pessoas especulando ganhos e realizando trades com o que não tinham, ninguém lembrou de olhar para onde realmente importava, a burguesia. O interesse dos nobres nas tulipas começa a cair a medida que os preços deixam de se tornar interessantes, principalmente pela enxurrada de ofertas. Agora pensa comigo, existe um produto em constante expansão, mas que começa a perder demanda de mercado, e a esse mesmo produto tem uma diversidade de títulos e promessas de pagamento de lucros atrelados somados a uma infinidade de gente querendo tirar o seu, sem nenhum esforço nesse meio. O que acha que acontece?


A bolha estoura. E não só por isso, nessa farra toda, sem ninguém se preocupar realmente com o produto, surgem fraudes como a venda de mais contratos do que a quantidade de bulbos existentes. Com a desconfiança reinando em cima do produto, quem tinha em mãos títulos, contratos, ou até mesmo bulbos, viu seu investimento cair por terra. Nesse caos, muita gente ficou endividada, perdeu posses e foi à miséria, sendo necessária a intervenção do governo que perdoou dívidas de pessoas falidas.


Agora traz isso pra atualidade, já viu algo similar? Imagina! Ondas especulativas como essa vem e vão constantemente, esvaziando os bolsos dos desavisados, e as vezes enchendo o dos mais "espertos". Por isso é muito importante entender aonde se põe o dinheiro, como funciona o mercado ao redor disso, e se há movimentos de demanda ocorrendo.

 
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