top of page
Buscar
Foto do escritorDavi Mathielo

Por que não ter conta numa Fintech?

Não podemos discordar de que estamos no meio de uma enorme processo de mudança do sistema financeiro nacional. Tudo isso alavancado pelas constantes inovações tecnológicas e principalmente pelas chamadas Fintechs, que vem dando muita dor de cabeça aos famosos bancões. Apesar de todos os benefícios trazidos, devemos ficar tranquilos e aceitar tudo o que nos é oferecido?

Posso te dizer que sou um amante das oportunidades que essa revolução vem nos trazendo, sendo o usuário de alguns dos players que mais chamam a atenção hoje no mercado. Mas não me cego aos problemas e riscos que essas instituições podem oferecer ao meu patrimônio, tendo chegado a deixar de utilizar um serviço conterrâneo por problemas de relacionamento e segurança. Por isso te digo, use e abuse das novas oportunidades que são oferecidas, mas tenha sempre a consciência de por onde anda.


E, pra te ajudar a se blindar e até mesmo a criticar melhor esses novos serviços e opções que surgem a todo momento, resolvi trazer o resultado de algumas experiências pessoais e até mesmo ligadas ao tempo que trabalhei com Riscos Financeiros e Compliance numa instituição financeira. Vamos lá?


1) Você precisa mesmo disso?

Como fica o seu nível de curiosidade quando vê que surgiu algo novo no mercado? Sente vontade de ser parte daquilo? Não sei você, mas eu tendo a ser um entusiasta e geralmente procuro saber o máximo possível sobre o assunto. Mas no caso das diversas fintechs que surgem a cada dia, será mesmo que nós precisamos ser clientes de todas? Será que todas tem algo realmente diferenciado para nos oferecer?


A resposta provavelmente é não. Apesar de revolucionárias em vários aspectos, essas novas empresas tendem a se repetir na diversidade de ofertas de produtos, levantando sempre uma bandeira mais forte para um produto em específico no qual ofertam algo a mais, como um rendimento fora da curva na aplicação, uma conta corrente com algum benefício diferenciado, ou até mesmo um pacote de cashback em algo que o seu banco não oferta. Agora pense, se a cada novo banco que abrir você resolver abrir uma conta para garantir aquele benefício especial, vai chegar uma hora em que você verá o seu patrimônio pulverizado em diversas contas, gerando um descontrole desnecessário. Além disso, quando você concentra a sua utilização em algumas poucas instituições, você vai criando laços e esses laços reforçam a possibilidade da oferta de benefícios exclusivos para clientes que se tornam exclusivos.


2) Será que é seguro?

Algo que você sempre deve se perguntar é, será que esse banco ou instituição financeira é realmente seguro? É importante que você não se baseie na quantidade de propaganda que vê no Instagram, ou na quantidade de amigos e pessoas em geral que vê falando sobre. Lembre-se que movimentos de manada tendem a ser negativos para os seus objetivos. Na dúvida, não siga a manada.


Para que você possa tirar suas próprias conclusões, seguem alguns meios de se avaliar o nível de risco que aquela fintech do momento tem a te oferecer:


  • Idade: Sim, a idade pode ser uma ótima métrica. Empresas muito jovens, estatisticamente, tem mais chances de virem a falência e por este motivo toda cautela é pouca, até porque o assunto aqui é dinheiro e ninguém quer perder o resultado de todo o trabalho da vida por um descuido, não é mesmo?

  • Banco Central: Se é instituição financeira, seja banco, financeira, cartão de crédito ou conta de pagamento, então tem que ter ligação com o BACEN, na dúvida, consulte aqui.

  • Saúde da empresa: Essa aqui pode ser um pouco mais complexa de avaliar, mas não é porque é uma instituição financeira, ou porque é regulada que a empresa tem uma saúde impecável. Por isso avalie se a empresa vem apresentando resultados positivos, e se não, o por quê disso, se tem um patrimônio sólido e se seu Índice de Basileia está em níveis, no mínimo, acima de 11%. Para este tipo de consulta, você pode acessar o site do Banco Central, ou o Banco Data que é um pouco mais visual, mas nem sempre está atualizado.

É válido dizer que, quem diz se é válido ou não assumir o risco de entrar numa instituição, é você. Se você acha que a troca dessa oferta de produtos é boa para você, então bola pra frente.


3) Cuidado com as ofertas

Outro ponto para você ter atenção são as ofertas. No intuito de gerar maior captação de recursos, e talvez até tentar cobrir alguns furos de caixa, instituições podem passar a ofertar produtos de forma extravagante e que numa análise rápida lhe pareçam extremamente vantajosas e chamativas.


Se recebeu algum e-mail com uma oferta esbanjando um percentual muito acima do normal quando em comparação com o mercado para um investimento em específico, ou oferecendo algum produto que você não sabe muito bem o que é, tenha cautela e pesquise antes. Busque entender melhor o porque dessa oferta e se ela realmente faz sentido para você. As vezes um investimento conservador apresentando um rendimento acima da média pode ser uma evidência de que algo está errado.


Como eu falei no início do texto, as vezes vale mais manter um relacionamento exclusivo com uma ou duas instituições do que abrir muito o leque. Lógico que isso é muito pessoal, mas vale a reflexão, até porque pode chegar ao patamar de você não saber mais aonde tem dinheiro, de onde vai receber ou por onde vai pagar os outros. A autocrítica aqui é essencial, sempre se questione quanto à necessidade e qualidade daquilo que lhe é apresentado. E na dúvida, confirme se a sua instituição não tem algum produto ou oferta similar, ou até melhor, pra atender e concorrer com a novidade.




7 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page