Sua vida não vale um trade!

Infelizmente existe uma massa de pessoas que ainda crê que investimentos em Bolsa de Valores são como jogos de cassino e, para piorar ainda mais essa fama mal dada, temos de nos deparar com casos como o de um suicídio de um investidor após grandes perdas com operações arriscadas. Notícias como essas, além de muito tristes, acendem o sinal de alerta para a falta de gestão de riscos nos investimentos pessoais, seja pelo desespero, ou até mesmo pela falta de objetivos claros nos investimentos.

Para você que não viu o caso, Thiago, um investidor individual do Rio Grande do Sul, cometeu suicídio após acumular perdas e dívidas para sustentar operações de Day Trading, que consistem em realizar compras e vendas de ativos ao longo de um dia enquanto se especula os movimentos de mercado. Segundo sua mãe, Thiago estava desempregado e havia adquirido um curso on-line para aprender a fazer operações de Day Trade. Mesmo tendo algum conhecimento de mercado financeiro, o investidor não soube controlar seus riscos e apostou toda sua rescisão nas operações.

Para se ter noção do tamanho do risco desse tipo de operação, um estudo publicado por Chague e Giovannetti, traz uma realidade dura. Segundo sua pesquisa realizada com pouco mais de 98 mil indivíduos com experiência de 2 a 5 anos com Day Trade, apenas 127 indivíduos foram capazes de apresentar um lucro bruto diário médio acima de R$100,00 por mais de 300 pregões em 2018, algo que contraria fortemente o que vem sendo vendido por muitos "traders" no mercado.

Percebe o tamanho do problema? Mesmo com esses dados, muitos ainda se deixam enganar por propagandas criminosas e mal intencionadas de cursos que prometem ganhos rápidos e consistentes nessa modalidade de investimento. Infelizmente, essas pessoas acabam em situações similares às do Thiago, afundando seu patrimônio e finanças enquanto se endividam para compensar tudo. Triste não é mesmo?

Apesar de eu pessoalmente não recomendar operações de Day Trade, seja por minha filosofia de investimentos, ou pelo risco e trabalho que essa modalidade oferta, posso te indicar três formas de reduzir os riscos em investimentos como esse:

1) Não vá com tudo!

Por mais que você tenha estudado e até mesmo feito simulações de investimentos em Day Trade, Opções e até mesmo Bitcoins, nunca exponha todo o seu dinheiro, ou até mesmo a maior parte dele nesses investimentos, pois são muito sensíveis aos humores do mercado e, do mesmo jeito que podem ter altas incríveis, podem apresentar baixas assustadoras.

Uma boa técnica para quem quer seguir com esse tipo de investimento é a Regra dos 80, que você pode conferir aqui no blog.

2) Faça pequenas operações

Outra forma interessante de mitigar os risco é você começar com operações pequenas e limitadas. Comece operando R$50~100 reais para entender como tudo funciona, para ver se você tem estomago com a coisa toda e até mesmo para saber se você não corre o risco de tomar atitudes de quem joga, como por exemplo, ficar fazendo diversas operações seguidas como se fossem apostas, mesmo enquanto acumula diversas perdas.

3) Separe os seus investimentos

Indo pela mesma lógica da regra dos 80, mesmo que queira operar nessas modalidades de maior risco, tenha em mente que você precisa ter uma carteira de investimentos voltada para a sua segurança.

Então, antes de se meter com esse mundo, forme sua reserva de emergência e inicie seus investimentos para o longo prazo. E, por mais que você prossiga de forma lucrativa com Day Trade ou opções, por exemplo, sempre alimente esses outros investimentos, afinal, vão ser eles que construirão as bases para sua liberdade ou independência financeira.

E tão importante quanto tudo o que foi dito, dê valor a sua vida! Se entrou numa furada dessas e já está entrando em desespero, busque ajuda. Por pior que a situação parece, você pode dar a volta por cima. Mas, se é apenas um entusiasta com o assunto, entenda que essas formas de investimento não são um caminho milagroso para a riqueza e que o milhão não acontece da noite para o dia, mas sim com muito trabalho e resiliência na construção de um patrimônio.

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